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sexta-feira, 9 de maio de 2014

Amar, desamar e então amar de novo.

Postado por Unknown às 06:38

Ele olhou pra ela com tanto carinho. Como havia olhado pra mim antes. Ele a beijou. Ternamente. Apaixonadamente. E o que pra mim era só mais uma manhã comum, virou um momento em que tudo parou. Sabe aquela trilha sonora de momentos de suspense? Então, eu ouvi aquela música ecoando na minha cabeça. Tenho certeza que a melodia ouvida por eles era bem diferente, como a trilha sonora de uma comédia romântica talvez. Mas quando vi aquela cena, e ouvi aquele som, eu não soube o que pensar. 
Sabia que ele já havia tido outros amores antes de mim, mas mesmo assim, não conseguia imagina-lo demostrar sentimentos por outro alguém que não fosse eu. Muito menos tocar em outra. Mas a parte mais constrangedora daquela cena é que fiquei ali, imobilizada, olhando, sem acreditar em quão rápido se coração já estava recuperado de nós dois.
E em meio a beijos e carícias, ela interrompeu a cena e disse algo que o fez olhar na minha direção. 


Ele  me olhou com um sentimento de culpa claramente expresso, como se mesmo depois de tanto tempo ele ainda me devesse alguma coisa. Seu olhar, mesmo a distância, penetrou fundo, como não fazia a muito tempo. Me afastei deles, o constrangimento que passei já estava suficiente. Fui pra perto do garçom, e pedi uma bebida, forte o suficiente pra fazer minha cabeça girar. Minutos depois e prestes a dar o primeiro gole, ele diz: ‘Sei que não faz sentido me desculpar, mas eu sinto muito por você ter visto aquilo.’ 
Eu não havia bebido ainda e meus pensamentos ainda faziam sentido. Não sei explicar o que senti quando vi aquilo, foi apenas estranho, não era ciúme, raiva ou coisa assim. Não era. Deus sabe o quanto eu queria que ele fosse feliz, e não termos dado certo, não fazia dele minha propriedade exclusiva pro resto da vida. Mas nossa cumplicidade ainda era grande, tanto que ele não se sentiu bem com aquilo, embora estivesse completamente livre pra fazer aquilo e ainda mais.
 Mas no fundo ele me fazia falta. Eu não sentia saudade de amar ele. Eu sentia falta da companhia dele. Ahh! Droga. Bem é isso que dá namorar seu amigo. Quando não dá certo estraga completamente a amizade. Bom eu sei disso agora. E acho que ele também sabe.

-‘Não se preocupe amor, tenho mais de 18 anos e aquela cena não foi exatamente pornográfica, então relaxa tá bom? De verdade não fez nenhuma diferença pra mim, só olhei porque não sabia que você estava namorando com ela.’

-‘Eu sinto sua falta sabia garota? O que aconteceu com agente? Que distância é essa? Nós eramos tão íntimos,  mesmo antes de namorar.’

Oh, não, aquele olhar não. De novo aquela forma de me olhar tão profunda e ao mesmo tempo tão… tão doce. Meu coração acelerou, perdi as palavras, o raciocínio… Mas eu não podia, não deveria estar me apaixonado de novo. Aliás isso existe? Amar, desamar e então amar de novo? Não sabia o que pensar, não sabia se era só mais um alarme falso motivado pela minha carência excessiva. Bom se não deu certo antes não há motivo pra tentar de novo. Nem eu quero tentar de novo. Foco garota. Pensa. É a amizade dele que vale apena. 

-‘Bom eu te perdôo se você me der o numero daquele seu colega de quarto, aquele dos olhos claros, lembra? E se você falar bem de mim pra ele. [sorriso na voz]

Ele riu. OMG porque ele tinha que ficar ainda mais bonito enquanto ria?

-‘Ele não é bom pra você. Na condição de seu ex- melhor amigo, eu tenho o dever de escolher um cara bom pra você.’

Sorri. Bom pelo menos ele ainda se importava. Me virei em direção ao lugar onde estavam a maioria das pessoas e perguntei:

-’ E ela? Ela é boa o suficiente pra você?’

Ele olhou pra baixo, provavelmente procurando as palavras certas. E Então olhou pra mim de novo, e disse:

-‘Ninguém nunca vai ser boa o suficiente como você. Sabe disso.’

Não soube o que dizer. Continuei olhando pra ele sem acreditar ou entender. Ele não fazia o tipo cafajeste que traia, ou paquerava mais de uma. Mudei de assunto. Ele também não se esforçou pra ser mais claro, ao ver a minha relutância em continuar a falar. Não podiamos nos machucar de novo. Eu sabia disso, ele também sabia mas pelo visto havia esquecido. 

-‘Garoto, eu já vou, tenho muita coisa pra por em dia e não posso dormir tarde. Fica bem tá?’

Ele me deu um beijo de despedida na testa, como fazia quando namorávamos. Me abraçou forte e dizendo: ‘Não vou desistir de nós dois. Não mais uma vez.’ 

Eu sorri. E saí daquele lugar com aquelas palavras na cabeça. Eu estava determinada. Mas, deixei aquilo pro acaso resolver. E então, tudo aconteceria do jeito certo.
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